domingo, 31 de agosto de 2008

Luz digital reinventa conceito de iluminação


LEDs ameaçam transformar a lâmpada comum em peça de museu

Por Mariana Barbosa para o Estadão

As luzinhas vermelhas de "stand by" dos aparelhos eletrônicos, também conhecidas como LEDs (sigla em inglês para diodos emissores de luz) estão evoluindo tão rapidamente que ameaçam transformar as lâmpadas incandescentes em peça de museu, ao lado dos gramofones e TVs em branco e preto.

Inventados na década de 60, os LEDs economizam até 90% de energia em relação à lâmpada comum, não emitem calor e podem durar 20 a 30 vezes mais. Já bastante usados em aparelhos eletrônicos, lanternas de automóveis, semáforos e fachadas comerciais, os LEDs ganham espaço na iluminação pública e de interiores.

Esse mercado movimenta US$ 5 bilhões no mundo e a previsão é de que até 2012 atinja US$ 11,4 bilhões.

A "luz digital" permite que a Torre Eiffel, o Big Ben ou a Ópera de Sidney fiquem iluminados a noite inteira sem grandes gastos de energia ou maiores impactos ambientais. Por aqui, os melhores exemplos são a Sala São Paulo e a Ponte Estaiada. Mas a grande amostra das potencialidades da tecnologia, patrocinada pela Philips, foi o Cubo D?Água nas Olimpíadas de Pequim. Com o uso de LEDs, o centro aquático foi transformado em um gigante painel eletrônico, emitindo um espetáculo de cores, luzes e formas.

"Estamos vivendo o momento mais excitante desde a invenção da lâmpada", afirmou ao Estado o presidente mundial da Philips Lighting, Rudy Provoost. Divisão de iluminação do grupo holandês, a Philips Lighting fatura 7 bilhões, ou 25% das receitas do grupo. "O LED é a digitalização da luz. Permite iluminar qualquer superfície e, como um chip, você pode adicionar conteúdo", disse.

Nos últimos dois anos, a Philips investiu US$ 10 bilhões em aquisições, sendo que 40% disso foi para aquisições de oito empresas de ponta na área de LEDs. "Isso dá uma dimensão da importância do negócio para nós", afirmou Provoost. A mais importante das aquisições foi a da Genlyte, nos EUA, por US$ 2,7 bilhões. Com a compra, a divisão de iluminação da Philips ultrapassou a da GE nos EUA.

Apesar de ter inventado a lâmpada elétrica no século 19 e o LED vermelho do sinal de "stand by", nos anos 60, a GE ficou muito tempo sem explorar esse mercado, só retornando em meados da década.

Hoje a GE Lumination fatura cerca de US$ 4 bilhões e, na parte dos LEDs, está focada em três áreas industriais: semáforos, refrigeração (iluminação de gôndolas de refrigeração de supermercado) e comunicação visual (substituindo Neons em fachadas comerciais).

"Nosso foco sempre foi mais na economia e ganhos para o cliente do que no embelezamento", disse o gerente comercial da GE Consumer & Industrial do Brasil, Rodrigo Elias. Hoje 3% do faturamento da GE Brasil vem de iluminação, mas a popularização dos LEDs deverá elevar essa participação para 12% em três anos. "Devemos introduzir produtos para iluminação pública a partir de 2010."

O preço da nova tecnologia ainda é um inibidor, mas fabricantes como Philips e GE se encarregam dos cálculos a respeito do retorno dos investimentos. Estima-se que 20% da energia consumida no mundo seja destinada à iluminação. Com a popularização do LED, esse consumo pode ser reduzido à metade.

A Philips já colocou no mercado um LED em formato de lâmpada convencional, ainda não disponível no Brasil. Entretanto, devido ao custo, a popularização do produto não deve acontecer antes de 2015 ou 2020, segundo a GE.

A partir de luzinhas vermelhas, verdes e azuis, o LED permite colorir ambientes em inúmeras cores. Mas a luz branca ainda não é capaz de reproduzir fielmente o tom da luz incandescente ou de uma lâmpada halógena. "As pequenas potências dos LEDs ainda limitam o seu uso em áreas internas e os LEDs brancos de tonalidade amarelada, similares às lâmpadas incandescentes, ainda são menos eficientes e caros", disse o arquiteto Carlos Fortes, do escritório de iluminação Franco & Fortes Lighting Design.

É apenas uma questão de tempo. Enquanto a lâmpada incandescente praticamente não evoluiu desde sua invenção por Thomas Edson em 1879, o LED tem dobrado sua eficiência e potência a cada 36 meses.

SANTA IFIGÊNIA

Nas lojas da Rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, já é possível encontrar muitos produtos feitos de LED, como os cordões de LED. Entretanto, a falta de normas estabelecendo padrões de eficiência e potência pode confundir o consumidor. "Produtos de qualidade discutível estão invadindo o mercado", afirma o luminotécnico Plínio Godoy, da Luz Urbana Engenharia.

NÚMEROS

90% é o quanto os
LEDs economizam de energia em comparação às lâmpadas comuns

US$ 5 bilhões
é quanto o mercado de LEDs movimenta

US$ 11,4 bilhões
é a estimativa de faturamento até 2012

US$ 4 bilhões
é o faturamento da GE Lumination na parte de LEDs

domingo, 3 de agosto de 2008

Pequena companhia japonesa lança fones de ouvido que utilizam os ossos do crânio para transmitir o som e funcionam debaixo d'água



O "Audio Bone Aqua" é colocado nas orelhas e transmitem diretamente para o crânio as vibrações geradas pela música. Este sinal se propaga assim para o ouvido interno, sem que o tímpano entre em ação.

Morito espera vender 30.000 "Audio Bone Aqua" por ano no Japão.

http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/afp/2008/07/25/ult3948u25.jhtm